sexta-feira, 13 de abril de 2012

CRÔNICAS FACEBOOKIANAS JANELAS – por Roberto Pompeo – 13/04/2012 – sexta-feira


Gosto de janelas.
Apesar de não passarem de buracos na parede, às vezes protegidos por vidros ou por venezianas, ou até por grades, elas dão a sensação paradoxal de fuga, de liberdade, até mesmo de proteção.
Através de uma janela podemos observar a vida passar, o mundo se movimentar, quase como se, expectadores alheios, não vivêssemos essa vida, como não fôssemos parte desse mundo. O que acontece do outro lado de uma janela tem algo de fantástico, como assistir ao sonho de uma outra pessoa, num filme preto e branco e sem som. Até que de inopino algo nos arrebata desse devaneio, puxando-nos por um fio de prata de volta à realidade de dentro da janela. Uma realidade em cores, uma realidade com som. Mas incrivelmente isso não a torna melhor – nem pior talvez – do que o sonho do outro lado da janela.
A realidade consegue por vezes ser mais inusitada do que o sonho. A vida cria enredos que o mais inspirado dos artistas talvez não conseguisse conceber. Ela nos compele a lidar com situações que jamais sequer cogitaríamos em pensamento. Ela nos propõe dilemas de aparência irresolúvel entre o orgulho e a aceitação, entre o desejo e a paciência, entre o tempo e o amor.
Nesses momentos, precisamos buscar uma janela e olhar nossa vida através dela, como fosse a vida de alguém. Precisamos do necessário afastamento de nós mesmos para avaliar o que há de real e o que há de fantástico naquilo que vemos através da janela da nossa alma.
As janelas possuem a grande virtude de deixar entrar o sol mas barrar a chuva, de deixar passar o calor mas conter o frio, de dar passo à luz mas permitir enxergar ao longe, a pelo menos um vidro de distância, a escuridão.
E então, de pé escorados na esquadria, ou sentados numa Berger de estampa antiga, ou deitados num trapézio de luar projetado no chão, sorveremos ledos o vinho de sabor inefável, mal contendo um sorriso sincero para o movimento da vida!

terça-feira, 10 de abril de 2012

CRÔNICAS FACEBOOKIANAS – VALE QUANTO PESA – por Roberto Pompeo – 10/04/2012


Hoje no mundo muitas pessoas, mas muitas mesmo, prezam valores que são muito importantes tais como a beleza, a fama, a riqueza material. Considerar alguém bem sucedido passa necessariamente por alguns ou por todos esses referenciais. As pessoas se interessam por saber que carro você tem ou se passa as férias no exterior. E associam esses fatos à sua capacidade ou até mesmo ao seu caráter.
Dependendo da profissão que você exerça, esses quesitos passam a ter um peso ainda maior, a ponto de se relacionar a ausência deles com incompetência ou falta de denodo.
Conheço muitas pessoas que utilizam critérios como esses para avaliar seus relacionamentos, desde amizades até um namoro ou casamento. Há algum tempo o ter se tornou mais importante do que o ser, apesar dos discursos politicamente corretos, que mais parecem uma revoada de palavras dissociadas das atitudes. Essas pessoas não estão erradas pelos padrões de hoje.
Mas serão esses critérios os únicos? Serão os melhores?
Você consegue listar as cinco pessoas mais ricas do mundo? Talvez não sem alguma dificuldade. Mas certamente se lembra de cinco pessoas com quem você passou momentos marcantes e agradáveis, de verdadeira amizade.



Você se lembra quem foram as últimas três vencedoras do concurso de miss universo ou mesmo de miss brasil? Mas se lembra de três pessoas que o ajudaram em momentos difíceis da sua vida. E nesses momentos você pouco se importou se elas eram feias ou bonitas...
Você se lembra dos vencedores do prêmio Nobel ou do Oscar nos últimos cinco anos? Mas você consegue se lembrar de cinco professores que marcaram sua educação sua formação ao longo da vida. 




Ou de quem o ensinou a andar de bicicleta.



São as pessoas que estão mesmo do nosso lado nos momentos em que realmente precisamos que marcam! Dessas nos lembraremos!
Ao fim e ao cabo, o que pesa mais? O que vale mais?
E você?! Que tipo de pessoa você quer ser para os outros?
A decisão é sua!
Você pode marcar seu nome numa lista top 10 de uma revista qualquer na sala de espera de um consultório, que quando um dia for lida, vai assinalar a beleza ida, o dinheiro que já mudou de mãos ou o prêmio antigo e empoeirado por uma conquista já superada.
Ou você pode gravar seu nome nas doces memórias daqueles que você ajudou, e o seu olhar no coração de quem sentiu a sinceridade das suas palavras e a força dos seus gestos.

Como disse, a decisão é sua!

terça-feira, 3 de abril de 2012

SORRISO – por Roberto Pompeo – 03/04/2012





Há gestos que são simples. Talvez o mais simples de todos seja o sorriso que sai espontâneo dos lábios de uma criança. É a manifestação de um sentimento de benevolência ou de simpatia. Na medida em crescemos, essa manifestação singela ganha mais um aspecto que poderíamos chamar de “artificial”, eis que ausente na criança, que é a ironia ou a malevolência. O sorriso ganha outros contornos, como nos filmes, quando o vilão solta sua gargalhada maligna.
Mas dizem, com razão, que sorrir é um remédio para a alma. E se para muitos é um remédio que flui de maneira natural, para muitos outros exige esforço, treino. Primeiro, é importante querer sorrir, por mais que isso custe, até por que logo perceberemos que nem custa tanto assim. E depois executar o sorriso, pelo menos uma vez por dia no início, aumentando a dosagem semanalmente, até conseguir resgatar aquele sorriso da infância como uma constante em nossos dias.
Agora, talvez o grande segredo da magia do sorriso seja utilizá-lo quando é mais improvável, diante das provas da vida, diante da maldade alheia, diante das situações que normalmente nos fariam chorar. Mas não se trata aqui do sorriso irônico ou dissimulador, mas do sorriso verdadeiro, que vem da alma e transparece no semblante. Quando conseguirmos sorrir dessa maneira, talvez nesse momento, consigamos nos aproximar um pouco mais de nós mesmos e assim nos aproximar um pouco mais de Deus!
Sorria! Você fará melhor o dia de alguém e o seu dia.