Eu não prefiro nada!
Cansa ter que sempre preferir alguma coisa. As redes sociais
são terreno fértil para as opiniões formadas e formatadas, em quadros com
palavras prontas, com soluções fáceis como: seja feliz!
Os estados de espírito já vêm prontos, basta clicar no que
for mais parecido com o que você estiver sentindo e compartilhar, que ele passa
a ser o “seu” estado de espírito.
Filosofia enlatada, então, é a especialidade da casa. Sem
falar no “roubo” de direitos autorais às avessas. No mundo antigo, de antes das
redes sociais, algumas pessoas tomavam como suas as palavras de outrem. Hoje em
dia, escreve-se qualquer bobagem e se coloca o nome de algum autor famoso para
dar mais possibilidades àquelas palavras de se multiplicar pelo mundo virtual.
Luis Fernando Veríssimo e Caio Fernando Abreu, dentre outros, que o digam. Mas
clássicos como Vitor Hugo e Fernando Pessoa também não estão livres.
Os compêndios de toda a sabedoria humana estão muito bem
distribuídos no facebook, onde parece fácil ser feliz e funciona! É só ver como
as pessoas estão sempre felizes ali.
Que cada um tenha o direito de sentir o que quiser, quando
quiser.
Que cada um tenha o direito de insistir nos mesmos erros,
até que decida que quer novos erros!
Que cada um possa descobrir o seu valor, ainda que esse
valor não sirva para os padrões.
Há pessoas que querem brilhar, outras querem sumir, outras
simplesmente viver a vida. Tudo serve. Você pode ser você, ou você pode ser
outra pessoa criada para um propósito específico, e que ao final acaba sendo
também você. Mude. Permaneça. Mude de novo. Dizem que é preciso coragem para
mudar, mas também é preciso para permanecer. Para evitar ter que ter coragem,
faça o contrário. Ou não faça nada.
Bom domingo!