Dia desses a panela de pressão lá
em casa explodiu.
Não entendo nada de panelas,
portanto foi necessária uma perícia culinária. As conclusões foram as
seguintes:
i. foi colocado feijão demais na
panela (imprudência);
ii. a tampa não foi corretamente
vedada (imperícia);
iii. a panela ficou sem qualquer
supervisão, pois a pessoa responsável pelos feijões saiu para fazer compras,
abandonando a panela no fogo (negligência).
iv. nessas condições, a explosão
da panela era inevitável.
Os danos à cozinha foram
extensos, a tampa da panela enterrada no teto de gesso, muitas baixas entre os
feijões e os que sobreviveram ficaram inválidos, máculas negras perenes por
toda a cozinha, que parecia um campo de batalha, a própria panela toda
retorcida, imprestável ao uso futuro, um quadro dantesco.
Só quem passou por uma
experiência dessas sabe a que me refiro... E a pergunta que todos nos fazemos
sempre que uma panela de feijão explode é: de quem é a culpa?
Nas minhas lucubrações
filosóficas sempre achei que a melhor pergunta seria: "quem é o
responsável?", pois ingenuamente acredito que onde há responsáveis não
interessa tanto encontrar culpados.
Mas invariavelmente, a pergunta
gira em torno da culpa, pois a cozinha é uma parte da casa onde talvez a noção
de responsabilidade ainda não tenha chegado ou onde talvez seja de interesse
dos responsáveis a busca estéril aos culpados.
Então, deixo a pergunta sobre o
mistério da panela de pressão que explodiu na minha cozinha: de quem é a culpa?
Da panela, do feijão, do fogo ou da pessoa que largou a panela no fogo e foi às
compras?!
Nenhum comentário:
Postar um comentário